Todo começo de ano as academias lotam com novos matriculados querendo cumprir as promessas de fim de ano e ter uma vida mais ativa e saudável. Contudo, após um começo engajado, a maioria desiste ou para de sentir os resultados que os primeiros meses proporcionaram. Por conta disso, a queda nas taxas de adesão costuma ser importantes ainda no fim do primeiro semestre.
Uma das formas de assegurar a aderência à prática é variar os exercícios, buscando motivação para garantir o condicionamento físico. No linguajar dos educadores físicos e dos praticantes, a estratégia é chamada de “confundir os músculos”
Agora, uma pesquisa feita pela Universidade do País Basco, na Espanha, em parceria com a Lehman College, nos Estados Unidos, comprovou cientificamente os benefícios da tática. Segundo o estudo, aqueles que faziam exercícios variados sentiam-se mais motivados, embora, do ponto de vista físico, não tivessem registrado ganhos substantivos.
A pesquisa envolveu 19 praticantes regulares, divididos em 2 grupos: um que fazia exercícios repetidos e outro que variava os grupos musculares a serem trabalhados.
Os primeiros não mudavam a programação e apenas aumentavam progressivamente o peso da carga. Os outros orientavam-se por um aplicativo que continha 80 exercícios variados. Toda semana, de forma aleatória, eles escolhiam uma atividade diferente e exercitavam-se com a mesma carga usada pelo outro grupo.
O que é um exercício variado?
Variar um exercício é fazer atividades que estimulem diversos pontos do corpo. Consiste em alterar a forma ou até o próprio exercício, inclusive se for na mesma parte do corpo. “Fazer uma remada aberta (exercício que trabalha as costas), mesmo que para um praticante não seja diferente, trabalha e estimula áreas totalmente diferentes da remada fechada” – afirma Bruno.
A variação deve ocorrer seguindo o biotipo da pessoa, sempre respeitando limites e condições como a existência de problemas cardiovasculares. Isto é importante porque, ao variar o exercício, atinge-se picos de intensidade mais elevados do que os alcançados quando os movimentos são somente repetidos.
A recomendação é mudar o cronograma de exercícios a cada 8 a 12 semanas. A partir desse período, o corpo entra em um estado de “platô de adaptação e desempenho”. Trata-se de um momento em que o praticante pode se sentir estagnado e não ver mais melhora em seu condicionamento físico.
Contudo, a variação de exercício exige muito do atleta. Por isso, é importante respeitar o corpo e os limites. Concomitantemente ao treino, alimente-se regularmente e de forma saudável. “Confundir o músculo” faz o organismo gastar muita energia e ela precisa ser reposta rapidamente.
Fonte: UOL