Segundo novo estudo, mais de 2 bilhões de crianças e adultos têm problemas ligados ao excesso de peso
Dois bilhões de crianças e adultos ao redor do globo sofrem com problemas decorrentes da obesidade e do sobrepeso – o equivalente às populações da China, dos Estados Unidos, do Brasil e das Filipinas. Mais: em 2015, 4 milhões de pessoas morreram por encrencas ligadas ao excesso de peso.
O alerta vem de um estudo publicado na última segunda-feira (12) no periódico The New England Journal of Medicine. E a pesquisa merece respeito: ela reúne dados de 195 países, coletados entre os anos de 1980 e 2015. As informações são baseadas no Global Burden of Disease, um levantamento que visa quantificar a magnitude das perdas em saúde por doenças, ferimentos e fatores de risco relacionados a idade e sexo, por exemplo.
E não pense que os números assustadores do trabalho se referem apenas aos indivíduos obesos – aqueles com índice de massa corporal (IMC) igual ou acima de 30. O estudo viu que, das mortes de 2015, 60% estão, de fato, ligadas à obesidade; os outros 40% aconteceram em pessoas com sobrepeso (IMC entre 25 e 29), que não são obesas, mas também não estão no shape adequado.
“As pessoas que ignoram o ganho de peso o fazem por sua conta e risco – risco de doenças cardiovasculares, câncer e outras condições que ameaçam a vida”, comenta Cristopher Murray, um dos autores do artigo. “As resoluções de Ano-Novo de emagrecer deveriam se tornar comprometimentos que duram o ano inteiro”, pontua.
Problema crescente
A prevalência de obesidade dobrou em mais de 70 países, desde 1980, tanto em crianças quanto em adultos. Dentre as 20 nações mais populosas, os Estados Unidos apresentam os maiores índices de crianças e adolescentes obesos – cerca de 13%.
Quando se trata de adultos com IMC acima de 30, a terra do Tio Sam se destaca em números absolutos: são 79,4 milhões. Mas, em porcentagem, é o Egito que chama atenção – 35% dos homens e mulheres por lá estão nessa condição.
“O excesso de peso é um dos problemas de saúde pública mais desafiadores do nosso tempo, afetando aproximadamente uma em cada três pessoas”, afirma Ashkan Afshin, líder da investigação. Ele explica que, na última década, poucos estudos avaliaram os efeitos a longo prazo da obesidade e do sobrepeso. “Nos próximos dez anos, vamos monitorar e avaliar junto à FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] o progresso dos países no controle dessas questões”, garante Afshin.
Fonte: Boa Forma